
Chegou o momento que tanto esperei.
Agora que acabei com os conceitos base da filosofia estóica, vou finalmente conseguir olhar para outra filosofia grega que emergiu no mesmo período, fundada por Epicuro com o nome (super original) -Epicurismo.
Este interesse surgiu quando me deliciava, metaforicamente, com as cartas de Seneca para Lucilius. Seneca falava sobre os Epicuristas como se fossem a sua sogra - Longe de mim.
Mas mesmo assim estudava-os…
Por isso explica:
“Descobri o pensamento de hoje em Epicuro - porque eu não vou ao campo do inimigo - não como um desertor, mas como um explorador”
E continua umas cartas à frente:
“É possível perguntar-me porque menciono tantas das palavras nobres de Epicuro em vez de palavras da nossa própria escola. Mas existe alguma razão porque devo considera-las como palavras de Epicuro e não como senso-comum?”
Seneca está humildemente a respeitar palavras de um “inimigo”, porque admite que Epicuro diz verdades em muitos dos seus ensinamentos. Não querendo dizer, que concorda com os princípios base do Epicurismo.
E quais são?
O Epicurismo tem como base a procura dos prazeres moderados (como a super bock), para atingir um estado de tranquilidade e libertação do medo. Conseguido pela ausência de sofrimento fisico, conhecimento do mundo e pela limitação dos desejos.
Tudo com o objectivo de atingir a felicidade.
Que, segundo Epicuro, se consegue através de duas condiçōes, ambas com nomes eloquentes.
O primeiro chama-se ataraxia. É o controlo dos nossos medos e desejos, com fim a ficarmos num estado prazeroso, estável e equilibrado.
E através do que é designado de aponia - a ausência da dor física.
Se ambos estes requisitos forem cumpridos, segundo esta filosofia, a felicidade suprema é adquirida.
Para atingir esses estados, Epicuro salientava que só eram precisas 3 coisas: Liberdade, amizade e tempo para filosofar.
Como tal, Epicuro criou a sua própria escola - O Jardim.
À entrada do seu literal jardim onde era hospedado com os seus amigos mais próximos lia-se:
“Hóspede, aqui serás feliz; o soberano aqui é o prazer.”
E explica mais tarde:
“[…] Para nós, prazer significa: não ter dores no âmbito físico e não sentir falta de serenidade no âmbito da alma. Pois uma vida cheia de ventura não é formada por uma sequência infinita de bebedeiras e banquetes […]”
A verdade é que Epicuro abandonou a procura de grandes riquezas mesmo sendo um excelente orador e filósofo.
Fundou o Jardim para estar com os seus melhores amigos o maior tempo possível, enquanto discutia filosofia e controlava os seus desejos físicos ao mínimo.
Não seria a vida mais simples, se todos nos mudássemos para junto dos nossos amigos e vivêssemos uma vida em comunidade? Criando somente arte, discutir temas que realmente interessam na companhia dos que mais gostamos?
O que mais é a vida?
Essa foi a tentativa de Epicuro. E é essa a base da sua filosofia.
Durante as próximas semanas estarei a estudar e a aprofundar esta ideologia. Tal como as razões porque Seneca e Marco Aurelio os detestavam.
Obrigado pela leitura!
Se chegaste até aqui, Olá!
Gostava de ter a noção de quem lê até ao fim, por isso se me fizeres o favor de clicar no coração aqui em baixo ficaria agradecido.